30 de out. de 2009

MICHAEL JACKSON - THIS IS IT!


O filme "Michael Jackson: This Is It" é o mais perto que os fãs poderão chegar do que deveria ser o maior show de todos os tempos (e seria mesmo). O documentário fica em cartaz apenas por 2 semanas nos maiores cinemas do país.

Os ensaios para os 50 shows que seriam realizados em Londres mostram um Michael perfeccionista, preocupado com os mínimos detalhes do espetáculo.

Algumas vezes tive a impressão de sentir sua voz frágil e seu corpo muito debilitado pelas drogas (calmantes, soníferos e remédios para dor), mas em seguida ele nos surpreendia com uma energia alucianante, e com um voz arrasadora.

Foi emocionante ter visto novamente o grande ídolo da minha infância produzindo uma nova turnê. Pena ele não ter tido saúde para concretizar este magnífico projeto. Michael nos deixou no dia 25 de junho deste ano, vítima de uma parada cardíaca, logo após uma overdose de propofol.


O filme é muito bom, mas do meio para o fim ele perde um pouco sua "magia". É que os fãs esperavam além das perfomances no palco uma maior interação de Michael com sua equipe de dançarinos e músicos (nos bastidores).

Gostaria de ter visto MJ conversando mais, brincando mais, curtindo mais. Mas ele estava tão preocupado com a perfeição do show que mal teve tempo de aproveitar plenamente aqueles que seriam seus últimos momentos em vida.

Destaque para o diretor Kenny Ortega que conseguia passar para a equipe todas as necessidades e pedidos de MJ com bastante profissionalismo e paciência. Afinal, Michael foi um artista incomum, e como o MAIOR ARTISTA POP DE TODOS OS TEMPOS, ele teve seus vários momentos de estrelismos.


As partes do documentário que mais me empolgaram foi quando Michael dançou no palco "Billie Jean" (perfeito), quando ele fez a coreografia de "Thriller" com os dançarinos e quando ele deu espaço para sua guitarrista (a australiana Orianthi Panagaris) brilhar um pouco em solos de guitarra desconcertantes em "Beat It" e "Black or White".

Michael Jackson terminaria seus shows com a música "Man In The Mirror", umas das canções mais lindas deste grande artista.  A mensagem final era simples: "quer mudar o mundo? então comece mudando a si mesmo, nas pequenas coisas".

If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself, and then make a change!

Parabéns, Michael! Sua doçura, timidez, educação e genialidade foram característas poucos comuns no mundo da música. Sua obra foi única e será lembrada ainda por muitos e muitos anos!

Fecho esse post com o discurso que Madonna fez logo após a sua morte, no VMA (2009 set):


"Michael Jackson nasceu em agosto de 1958. Como eu nasci. Michael Jackson cresceu nos subúrbios do meio-oeste. Como eu cresci. Michael Jackson tinha oito irmãos. Eu também tenho. Quando Michael Jackson tinha 6 anos, ele se tornou um superstar e era talvez a criança mais adorada do mundo. Quando eu tinha 6 anos, minha mãe morreu. Ainda assim, acho que ele ficou com a pior parte. Se eu não tive uma mãe, ele nunca teve infância. E quando você nunca teve algo, você se torna obcecado por isso. Eu passei minha infância procurando por minhas figuras maternas, às vezes eu conseguia. Mas como você recria sua infância quando o mundo todo observa cada passo seu pela vida inteira?

Não há dúvidas de que Michael Jackson foi um dos maiores talentos que o mundo já conheceu. Quando ele cantava uma música soando tão adulto aos 8 anos de idade, você se sentia como se realmente um homem formado, e não uma criança, estava ali emocionando você com aquelas palavras. O jeito como ele dançava era um misto da elegância de Fred Astaire com a força de Muhammad Ali. Sua música tinha um algo a mais, inexplicavelmente mágico, que apenas não fazia você querer dançar, como fazia você acreditar que era capaz de voar, ousar sonhar, ser o que você quisesse ser. Porque é isso que heróis fazem, e Michael Jackson foi um herói.

Ele se apresentou em ginásios de futebol pelo mundo todo, vendeu centenas de milhares de discos, jantou com primeiros ministros e presidentes. Garotas se apaixonaram por ele, rapazes se apaixonaram por ele, todo mundo queria dançar como ele, ele parecia ser de outro mundo, mas ele era também um ser humano. Como muitos artistas, era tímido e repleto de incertezas.

Não posso dizer que éramos grandes amigos, mas em 1991 eu decidi que queria conhecê-lo melhor. Eu o chamei pra jantar. Eu disse, "Eu convidei, eu dirijo, apenas você e eu." Ele concordou e apareceu na minha casa sozinho, sem guarda-costas. Nós fomos no meu carro até um restaurante. Já era noite, mas ele ainda usava óculos escuros. Eu disse, "Michael, parece que eu tô conversando com uma limusine, será que dá pra tirar esses óculos e assim eu posso ver seus olhos?" Ele ficou imóvel por um instante, então jogou os óculos pela janela do carro, olhou pra mim, piscou, sorriu e disse, "Agora você vê meus olhos, está melhor assim?" Nessa hora, eu vi seu charme e sua vulnerabilidade.

Por todo o jantar, eu estava determinada a fazer com que ele comesse batatas fritas, bebesse vinho, comesse sobremesa e dissesse palavrões, coisas que achava que ele nunca se permitia fazer. Mais tarde, voltamos pra minha casa pra assistir um filme e nos sentamos no sofá como duas crianças, e numa certa hora do filme, sua mão procurou pela minha e ele a segurou. Eu percebi que ele procurava mais por uma amiga do que por uma namorada e eu fiquei feliz por ser isso pra ele, naquele momento. Ali, ele não parecia um superstar, ali ele era apenas um ser humano. Nós saímos mais algumas vezes, e por alguma razão, paramos de nos ver. Então, a "caça às bruxas" começou e parecia que só notícias negativas sobre Michael surgiam uma após a outra. Eu senti a sua dor. Eu sei o que é andar nas ruas sentindo como se o mundo inteiro estivesse contra você. Eu sei o que é se sentir desprotegido e incapaz de se defender porque todos estão gritando tão alto, querendo te linchar, que você se convence que sua voz nem será ouvida. Mas eu tive uma infância e a chance de cometer erros e achar meu caminho de volta sem estar o tempo todo sob o olhar do mundo inteiro.

No momento em que eu ouvi que Michael havia morrido, eu estava em Londres, apenas a alguns dias do início da minha turnê. Michael iria se apresentar no mesmo local que eu, uma semana depois. Tudo que eu podia pensar naquela hora era que eu o tinha abandonado. Que nós o abandonamos. Que nós tínhamos permitido que essa criatura incrível, que por certa vez trouxe tanta alegria ao mundo, tivesse se consumido, de algum modo. Enquanto ele tentava construir sua família e retomar sua carreira, nós todos estávamos muito ocupados em simplesmente julgá-lo. A maioria de nós virou as costas pra ele.

Numa tentativa desesperada de resgatar sua memória, eu fui pra Internet assistir a seus vídeos, dançando e cantando na TV ou no palco e eu pensei, "Deus, ele era tão único, tão original, tão raro. E nunca haverá alguém como ele de novo." Ele era um rei. Mas ele era também um ser humano e afinal, somos todos seres humanos, e algumas vezes nós temos que perder certas coisas para dar o devido valor que elas têm. Eu quero concluir com um comentário positivo e dizer que meus filhos, de 9 e 4 anos, são obcecados pelo Michael Jackson. Lá em casa eles ficam imitando o "moonwalking" e tudo o mais. E parece que toda uma nova geração de crianças acabou de descobrir sua genialidade e estão o trazendo de volta à vida. Eu espero que onde Michael esteja agora, ele esteja feliz por isso".

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